Introdução à Avaliação de Bioimpedância

A análise da composição corporal através da avaliação de bioimpedância desempenha um papel crucial em diversos campos, desde a saúde clínica até a performance atlética. Entre as várias técnicas disponíveis, a avaliação de bioimpedância emerge como uma abordagem inovadora e acessível para medir a composição do corpo humano.

Ao longo deste artigo, baseado no texto Impedância Bioelétrica, de Luis Alberto Gobbo, mergulharemos profundamente na avaliação de bioimpedância, conhecendo sua história, princípios, métodos, características e limitações, e destacando a importância das equações preditivas adequadas. Acompanhe-nos nesta jornada de descoberta da avaliação de bioimpedância.

Contexto Histórico da Técnica

Nos anos 1870, os pesquisadores começaram a explorar as propriedades elétricas dos tecidos corporais, estabelecendo as bases para o desenvolvimento da técnica de bioimpedância que conhecemos hoje. No entanto, foi apenas no início dos anos 1960 que os estudos começaram a utilizar a medição da impedância elétrica como um indicador da água corporal total e, consequentemente, da composição corporal.

Uma das contribuições mais significativas para a avaliação de bioimpedância foi a introdução da técnica de eletrodo tetrapolar no final dos anos 1960, pelos pesquisadores Earl C. Hoffer e Jan Nyboer. Essa técnica permitiu uma medição mais precisa da impedância elétrica do corpo, ajudando a superar limitações anteriores e tornando possível uma avaliação mais confiável da composição corporal.

Com o avanço da tecnologia e da pesquisa, novos modelos e técnicas refinadas foram desenvolvidos ao longo do tempo. Isso incluiu melhorias nos algoritmos de cálculo, a introdução de equipamentos mais avançados e a compreensão aprofundada dos fatores que influenciam a bioimpedância. Esses avanços permitiram uma avaliação ainda mais precisa da composição corporal, incluindo a quantificação de massa muscular, massa gorda, água corporal e outros componentes importantes.
Hoje, a bioimpedância é amplamente utilizada em diversas áreas, como medicina, pesquisa esportiva, nutrição e fitness. É uma ferramenta valiosa para avaliar a saúde e o condicionamento físico, monitorar mudanças na composição corporal ao longo do tempo e personalizar programas de exercícios e planos de dieta. Sua história de desenvolvimento e aprimoramento ao longo dos anos destacam a importância contínua da pesquisa científica e da inovação tecnológica na área da saúde e do bem-estar.

Princípio da Medição da Composição Corporal por Impedância

A avaliação de bioimpedância baseia-se no princípio de que a resistência elétrica de um condutor é proporcional ao seu comprimento e inversamente proporcional à sua área de secção transversal.

Embora o corpo humano não seja um cilindro perfeito, as medições de impedância fornecem informações valiosas sobre a composição do corpo. A técnica envolve a passagem de uma corrente elétrica de baixa amplitude e alta frequência pelo corpo, permitindo a estimativa da água corporal total e da massa livre de gordura.

Métodos de Bioimpedância: Frequência Simples e Multifrequencial

A avaliação de bioimpedância pode ser realizada com diferentes métodos. O mais comum é o de Frequência Simples (SF-BIA), que utiliza uma frequência de 50 kHz e mede uma combinação de água extracelular e intracelular. Embora seja amplamente utilizado, é sensível às variações na hidratação.

Para contornar isso, o método de Frequência Multifrequencial (MF-BIA) usa várias frequências (de 0 a 500 kHz) para avaliar água corporal total, água intracelular e extracelular. A MF-BIA é mais precisa e menos suscetível a mudanças na hidratação em comparação com a SF-BIA.

Espectroscopia Bioelétrica (BIS) e Suas Características

A Espectroscopia Bioelétrica (BIS) é um método que utiliza modelos matemáticos e equações para relacionar a impedância elétrica com os compartimentos de fluidos corporais. Diferentemente da SF-BIA e da MF-BIA, a BIS é capaz de oferecer medições precisas e pouco tendenciosas da água corporal total e da água extracelular, mesmo em pacientes cronicamente doentes.

BIA-Segmentar: Análise de Segmentos Corporais

Uma limitação da avaliação de bioimpedância do corpo inteiro é que o tronco contribui apenas com 10% da impedância total. Isso torna a análise da composição do tronco imprecisa, especialmente em pacientes com variações significativas de hidratação ou condições clínicas especiais.

O BIA-Segmentar resolve esse problema ao analisar segmentos corporais individuais, como os membros, proporcionando informações mais precisas sobre a composição corporal.
Análise de avaliação de bioimpedância Localizada

A BIA localizada concentra-se em regiões específicas do corpo, como a massa gorda abdominal ou a resistividade dos membros. Ao posicionar os eletrodos adequadamente, essa técnica minimiza os efeitos da hidratação, da fração gorda e das condições geométricas de contorno. Isso a torna uma ferramenta valiosa para estudos focados em determinadas áreas do corpo.

Mensurações e Equações de BIA

Para obter resultados reprodutíveis, as mensurações de BIA devem ser padronizadas. Coeficientes de variação médios, variações intraindividuais, reprodutibilidade e erros de predição são alguns dos parâmetros avaliados.

A validação das equações de BIA é essencial para garantir sua aplicabilidade em diferentes populações. Equações genéricas podem não ser adequadas para todas as faixas etárias, grupos étnicos ou condições clínicas.

Limitações das Equações de BIA

Os modelos de regressão empírica são específicos para cada população, uma vez que a BIA integra vários segmentos corporais com diferentes propriedades físicas e condições de hidratação. Além disso, a proporção entre água extracelular e água intracelular afeta a aplicabilidade das equações preditivas. A escolha da equação de BIA deve levar em consideração as características da amostra, evitando a aplicação de equações “generalizadas.”

Considerações sobre a Validade e Aplicabilidade da BIA

A avaliação da composição corporal por bioimpedância é uma técnica valiosa, mas sua aplicabilidade e validade dependem da escolha criteriosa de equações preditivas, considerando as características da população-alvo.

O uso inadequado de equações genéricas pode levar a resultados imprecisos. Portanto, é fundamental compreender as particularidades de cada amostra e selecionar as equações apropriadas.

Importância da Escolha de Equações Preditivas Adequadas

A escolha de equações preditivas adequadas é um passo essencial na aplicação da avaliação da composição corporal por bioimpedância. Levar em consideração a idade, o estado de hidratação, a etnia e as condições clínicas dos indivíduos avaliados é fundamental para obter resultados confiáveis. Investir tempo na seleção das equações certas é crucial para aproveitar todo o potencial da BIA na avaliação da composição corporal.

Fitmass Bioscan

A Fitmass Bioscan é uma balança de bioimpedância avançada que utiliza uma tecnologia inovadora para fornecer uma análise detalhada na avaliação da composição corporal. Equipada com frequências de 50 e 100 kHz, a Bioscan oferece medições precisas e confiáveis da impedância elétrica do corpo em diferentes frequências, permitindo uma avaliação abrangente da composição corporal.

A tecnologia tetrapolar da Fitmass Bioscan envolve a aplicação de oito eletrodos no corpo do usuário, quatro para enviar a corrente elétrica e quatro para medir a resposta elétrica. Isso permite uma medição mais precisa e confiável da impedância elétrica, minimizando os efeitos das resistências da pele e dos tecidos adiposos, e fornecendo resultados mais precisos da composição corporal.

Além disso, a Fitmass Bioscan é uma tecnologia nacional, desenvolvida pelo Fitmass. Isso não apenas destaca a capacidade de inovação do país na área da saúde e fitness, mas também oferece benefícios em termos de suporte técnico localizado, personalização de acordo com as necessidades do mercado brasileiro e contribui para a economia nacional.
A integração da Fitmass Bioscan com o sistema IoT (Internet das Coisas) permite que os dados de medição sejam facilmente transferidos e armazenados em nuvem, proporcionando acesso rápido e conveniente a informações sobre composição corporal a partir de qualquer dispositivo conectado à internet. Isso não só simplifica o processo de monitoramento do progresso físico, mas também permite uma análise mais abrangente e precisa ao longo do tempo.

Conclusão

A avaliação de bioimpedância é uma ferramenta versátil para a avaliação da composição corporal. Sua história, princípios, métodos e equações preditivas desempenham um papel fundamental na precisão dos resultados.

Com uma abordagem criteriosa e a seleção adequada de equações, a avaliação de bioimpedância pode fornecer informações valiosas sobre a saúde e o bem-estar das pessoas. Portanto, não subestime a importância de escolher as equações corretas, levando em consideração as características da população em estudo.

REFERÊNCIA:Freitas Júnior, Ismael Forte, Org. Padronização de medidas antropométricas e avaliação da composição corporal / Organização de Ismael Forte Freitas Júnior – São Paulo: CREF4/SP, 2018. (Selo Literário 20 anos da Regulamentação da Profissão de Educação Física, 11), disponível em https://www.crefsp.gov.br/storage/app/arquivos/6d9646b6a173fba528f5c4edcf9b1d8d.pdf.